Depois de uma semana de aquecimento, com direito a um dia de jipe e dois a partir pedra, lá começámos a montar armadilhas para micromamíferos (roedores e insectívoros) na segunda passada. Foram cinco dias a acordar às 5:30 da manhã, chegar a casa (leia-se residencial) depois de jantar, banhoca e cama. Não esquecendo os arranhões, as nódoas negras nas pernas por causa das pedras, os mini escaldões, os lábios com um cieiro que ainda não desapareceu (nem com o batom mais potente que tenho!) e a alergia da Joana. Ah, e ainda o frio! Sim porque na semana anterior a Arrábida estava em plena Primavera, com direito a tshirt nas horas mais quentes, enquanto que esta semana ela deve ter-se chateado connosco por irmos incomodar a sua fauna (lol) e decidiu que ia estar MUITO frio e MUITO vento. Resultado: as meninas passaram um frio desgraçado porque não ligaram muito às mínimas da meteorologia e foram para o campo sem material de Inverno. Safá-mo-nos com a sobreposição de polares, meias do Jumbo e gorros da Disney (e espero bem que o frio continue porque ontem fomos à Decathlon abastecer-nos de mais material!).
Depois de expostos os pontos menos positivos, devo dizer que gostei muito da semana! É certo que foi muito cansativa (na sexta estava tão cansada que tive medo de me deixar dormir no autocarro e depois não acordar lol), mas aprender a manusear os mamíferos, a identificar a espécie, o sexo, a pesá-los e a medi-los foi muito giro! Claro que eu e a Joana ainda estamos mesmo no início, mas a Ana ajudou-nos bastante, e tirando os ratinhos mais irrequietos e os sexos menos definidos o resto já corria mais ou menos bem! Também aprendemos a colocar e aferir as armadilhas, onde se tem que colocar um isco de sardinha, aveia e óleo e um bocado de algodão para fazerem o ninho.
Foi uma semana complicada, como acho que são sempre os trabalhos de campo (e não só) no início. Mal-entendidos, problemas de logística e falta de tempo ainda causaram algum stress, mas é na altura de passar os planos do papel para a prática que nos deparamos com estas coisas.
Mas a simpatia de todos e o número de capturas compensou tudo!
O meu gato Gaspar sofreu um pequeno acidente (levou uma dentada no rabo) e anda de abat-jour/funil/colar elizabetano (ahah descobri num site de veterinária!) há cerca de um mês. No início estava murcho porque tinha febre e assim não ligava muito ao colar, só queria dormir, mas quando passou a febre voltou a ficar eléctrico. E eléctrico de funil e sem poder ir à rua é um stress! Coitadinho! Levei-o uma vez à rua de trela mais ainda foi pior, assoprou-me quinhentas vezes, umas durante o passeio porque eu não podia ir para debaixo dos carros como ele queria, e as restantes quando teve que voltar para casa ao colo! Passa a vida atrás de nós, bate em todo o lado (agora menos porque já aprendeu a conduzir o novo corpo!), abana a cabeça quando anda e chateia-se muito porque não se pode lavar. Tivemos que pôr tacinhas espalhadas pela cozinha para ele poder acertar na comida e na água e se ele já gostava que lhe coçassem o pescoço, agora gosta a triplicar!
